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A cor rosa. Uma vítima do preconceito

De modo bem simples, podemos afirmar que a cor é a impressão provocada nos olhos pela luz refletida pelos corpos.

Embora a cor seja um fenômeno extremamente subjetivo, certas influências no estado psicológico das pessoas são generalizadas. Assim, tornou-se prática comum classificar alguns significados amplamente relacionados a determinadas cores.

O preto é a cor do mistério e está associado à ideia de morte, de luto e de terror. O vermelho é a cor da paixão e do sentimento. O verde significa vigor, frescor, esperança e calma. O azul ,e a cor do espírito e do pensamento. E o rosa, apesar de alguns cientistas declararem que ela teoricamente não existe, é a cor da beleza, do romantismo, do amor terno e carinhoso. Será por isso que os homens não usam rosa?

Num esforço hercúleo, “Olhos Curiosos” foi atrás da resposta. E achou várias.

Até o século XIX, meninos e meninas se vestiam com as mesmas roupas - normalmente um vestido branco - e somente quando chegavam 6 ou 7 anos é que a diferenciação entre seus vestuários acontecia. Os motivos eram surpreendentemente coerentes: eles usavam vestidos, pois, assim, as fraldas eram bem mais fáceis de serem colocadas e retiradas. Já a cor branca, hoje muito associada à paz, à calma, e à pureza, servia para delatar se a criança estava ou não suja. Isso sem contar que era o tecido mais barato na época.

Também ao vestir as crianças sem distinção de gênero, os pais não tinham a necessidade de explicar a elas qualquer coisa que fosse de caráter sexual. Por fim, ao utilizar a mesma roupa para ambos os sexos, era sempre possível que um casal reutilizasse a roupa do filho mais velho no filho mais novo, fosse ele menino ou menina.

As roupas coloridas para crianças surgiram no início do século 20 por conta da maior facilidade de tingimentos industriais, que fez com que tais roupas pudessem ser facilmente lavadas na água quente sem desbotar. E é exatamente neste ponto que “Olhos Curiosos” fez uma grande descoberta: quando as crianças começaram a usar roupas coloridas, o rosa era a cor do menino e o azul era a cor da menina!

Mais uma vez, os motivos são variados: devido aos Estados Unidos serem um país muito cristão, as grandes lojas do país tiveram uma forte influência nesta escolha, pois o rosa (que era encarado apenas como uma tonalidade mais clara de vermelho) era a cor dos meninos devido a sua origem mais “quente” e “colérica”, portanto, mais forte e máscula. Também era a cor que sempre acompanhava a indumentária de Jesus (apesar de eu jurar que o tal manto era vermelho, mas tudo bem). Na mesma linha de raciocínio, o azul era associado às meninas devido à bondade da Virgem Maria e a tranquilidade do reino dos céus.

E quando aconteceu a troca? Novamente, as respostas se dividem.

A inversão das cores ocorreu na década de 40, no pós-guerra, quando nasceram os baby boomers (nomenclatura utilizada para os nascidos devido ao aumento de natalidade no pós-guerra, nos EUA), porém, não existe uma razão considerada conclusiva para esta troca. Há os que acreditam, por exemplo, que os nazistas influenciaram nisto, pois os gays que eram colocados nos campos de concentração ostentavam um triângulo rosa costurado em suas roupas. Os soldados americanos, vendo aquilo, retornaram para seus lares com esta distinção de gênero em suas mentes.

Nas décadas de 60 e 70, por conta da luta da mulher por direitos iguais aos dos homens, ocorreu um breve retorno ao estilo unissex de vestir das crianças. Mas chegam os anos 80 e, com eles, o exame pré-natal, em que era possível saber o sexo do bebê antes que ele nascesse – e isso mudou drasticamente o rumo da história (das cores nas roupas das crianças, bem entendido).

A indústria entendeu que aquela era uma ótima oportunidade mercadológica, afinal, os pais tinham que comemorar de alguma forma a notícia antecipada que teriam um menino ou uma menina. Então, nada melhor do que voltar a diferenciá-los com cores! Desta forma, as compras feitas antes do nascimento - fossem as fraldas rosas das meninas ou o enxoval azul dos meninos - seriam ainda mais especiais pois se tornariam mais pessoais, personalizados e únicos.

O mercado de produtos segue aqui uma lógica infalível de raciocínio que perdura até os dias de hoje: quanto maior o significado de um produto, maior é o número de suas vendas. O problema é que isso gerou uma distinção de gênero equivocada do ponto de vista sexual, e o rosa continua sendo evitado por alguns homens.

Ou seja, além de perseguido pelos cientistas, o rosa ainda é vítima de preconceito de cor...

 

(Fonte: Pdh)

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