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Tempo perdido? Onde?

O carnaval acabou. E ontem mesmo o ano começava. Mas logo chega a Páscoa!

Medimos o ano por seus feriados e contamos os dias para a chegada de cada um deles. Enquanto isso, o tempo vai passando. Como diria Renato Russo, na canção “Tempo perdido”: sempre em frente, não temos tempo a perder.

Sempre em frente? Sim, pois, afinal, nós parecemos estar nos movendo para frente no tempo, mas só podemos ver eventos que já ocorreram. Sendo assim, esta ideia de que o tempo é uma linha ligando o passado, o presente e o futuro traz um questionamento: seria o tempo uma “direção”?

De fato, medimos a passagem do tempo com base no movimento já que os dias, meses e estações do ano são cíclicos. Temos a impressão de que o tempo está indo para frente, mas podemos muito bem estar andando em círculos. Além disso, condicionamos nossas ações com o tempo: dizemos que um carro levou horas para fazer um percurso ou que o coração de uma pessoa bate um determinado número de vezes por minuto.

Rawy Shaaban, um dos autores da página “Across the Universe: from quarks to quasars” acredita que “medir processos (de movimento) usando tempo é como usar dinheiro ao invés de troca direta de mercadorias”.

Curiosamente, o presente não pode ser restrito a uma medida de tempo. Quanto dura o “agora”? Um segundo? Um milésimo de segundo? Podemos até considerar que o presente, teoricamente, não existe. Afinal, quando os estímulos externos chegam ao nosso cérebro, o que aconteceu já é passado. E o futuro ainda está por vir. Vivemos nesse pequeno (e, ao mesmo tempo, imensurável) intervalo entre o passado e o futuro, que pode nem existir.

“Isso sugere que nossa percepção do tempo como passado, presente e futuro pode ser apenas uma ilusão criada por nossa mente em uma tentativa de entender o mundo em transformação que nos cerca”, afirma Shaaban. Nesse caso, como as mudanças do mundo ocorreriam se não existisse o tempo? A pergunta inicial permanece.

O físico teórico Lee Smolin, entretanto, faz parte do time dos que não concordam com a ideia de que o tempo não passe de um devaneio coletivo. “O tempo é supremo, e a experiência que todos nós temos de que a realidade é o momento presente não é ilusão, mas a mais profunda pista que temos sobre a natureza fundamental da realidade”, defende.

Em seu livro “Time Reborn” (“Tempo Renascido”, em português), Smolin explica como o tempo seria necessário para a existência das leis do universo, e portanto mais do que apenas uma ilusão. De início, como a maioria de seus colegas físicos, ele pensava no tempo como algo subjetivo afinal, de acordo com a Teoria da Relatividade de Einstein, ele é apenas mais uma dimensão, e a percepção de que está “passando” está em nossa mente.

Aos poucos, contudo, Smolin sentiu como se, diante das leis do universo, essa ideia de “ilusão” não fosse suficiente. “Se leis estão fora do tempo, elas são inexplicáveis. Se uma lei apenas ‘é’, não há explicação (…) Elas precisam evoluir, mudar, devem estar sujeitas ao tempo”, reflete o físico. “As leis, então, vêm do tempo e estão sujeitas a ele, e não o contrário”, conclui o físico.

Sendo assim, o tempo seguirá sempre em frente e teremos todo o tempo do mundo? Segundo teoria desenvolvida pelos pesquisadores Jose Senovilla, Marc Mars e Raul Vera da Universidade do País Basco e da Universidade de Salamanca (Espanha), o tempo está gradualmente desacelerando e, algum dia, irá simplesmente parar. Eles propõem que, na verdade, o tempo está se desacelerando e, por isso, as partículas emitidas pelas supernovas – estrelas que explodiram - se movem mais rápido.

Segundo o prof. Senovilla, haverá um momento em que o tempo terá se desacelerado até parar. “Tudo estará congelado, como numa foto, para sempre”, afirma. Mas isso só daqui a alguns bilhões de anos. Por hora (opa), o tempo realmente passa mais devagar. Mas apenas durante o expediente, enquanto aguardamos o próximo feriadão.



(Fontes: LiveScience, Science Magazine e The Telegraph)

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