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X, Y, Z...

O conflito de gerações já foi tema de diversos estudos, seminários e discussões na esfera corporativa, principalmente quando a geração Y (nascidos depois de 1978) começou a figurar em cargos de liderança nas empresas mundo afora. Antes dominados pelos Baby-Boomers (nascidos entre 1945 e 1961) e pouco depois pela geração X (entre 1962 e 1977), cuja característica principal era da dedicação total à empresa e dar pouca importância ao aspecto pessoal, os novos comandantes elegeram uma política mais branda, mas não menos eficiente, e encontram tempo para tudo, desde um horário para o exercício físico diário até os momentos de convívio familiar. Esses novos dirigentes tem forte autoestima, compromissos rígidos com seus valores e são muito exigentes, fato que além de transformar o mundo corporativista em sua maneira de gestão, também transformou todo o restante do mercado consumidor.

Empresas varejistas, agências de publicidade e até estilistas famosos usavam o padrão de consumo desta geração como referência em suas criações e em suas ofertas. Desta forma criaram-se formulas de atingir o gosto e preferência do consumidor e durante muitos anos essas soluções deram certo. Contudo, esta geração de pessoas flexíveis, informais e que adoravam desafios também está envelhecendo e sendo ameaçada pela chegada da nova geração (chamada de Z) ao mercado de trabalho. A geração Z já nasceu conectada à internet e sob o advento do boom tecnológico recente. Para eles estes incríveis aparelhos tecnológicos são considerados normais e a velocidade com que seus gostos e desejos mudam é a mesma dos lançamentos de novas tecnologias. Com eles é impossível tentar estabelecer um padrão, pois dentro de uma mesma tribo de jovens talentos, surgem grupos que divergem em certos aspectos comportamentais.

Diante disso o mercado consumidor enfrenta um conflito muito semelhante ao que as empresas corporativas enfrentaram que é o de adaptar as ofertas de produtos de acordo com o desejo de consumo desta nova classe produtiva e consequentemente consumidora, mas com um agravante. Como adaptar seu negócio ao novo padrão exigido pelos jovens sem deixar de lado seus clientes habituais? Como entender seus gostos se eles mudam tão rápido?

Não existe uma regra básica para ser eficiente neste novo padrão de consumo, mas é evidente que para se estabelecer a loja deve oferecer os produtos mais cogitados do momento, os chamados itens “da moda”, mas deve ser cuidadosa para não ficar refém destes produtos. O maior erro de uma empresa comerciante é olhar para novos mercados e se esquecer de seus clientes habituais. No caso de produtos, a empresa se preocupa em ter todos os produtos mais antenados e acaba se esquecendo de se estocar com os produtos corriqueiros que vão agradar as outras gerações.

Projeções divulgadas em agosto pelo IBGE apontam que, nas próximas cinco décadas, a expectativa de vida dos brasileiros deve aumentar de 73,9 para 81,2 anos. Com este aumento da expectativa de vida, a classe consumidora tem sua média de idade também envelhecida, fazendo com que o consumidor regular visite sua loja muito mais vezes que os jovens antenados. Isso reforça a tese de que em pouco tempo os produtos de apelo comercial serão uma parte pequena do seu faturamento e se você lojista não ficar atento e se esquecer de cuidar de seus clientes habituais pode ficar sem eles.

Como disse no início do texto, a geração Y que até então era a ditadora da moda e agora envelhece é uma geração exigente e compromissada com suas crenças. Desta forma eles não vão aceitar uma imposição de estilo simplesmente porque um “blogueiro” ou um artista famoso está usando. Eles são defensores de seus padrões de consumo e serão fiéis a eles, mesmo que a moda tente dizer o contrário. Do mesmo modo, o lojista tem que ser cuidadoso com os clientes desatentos e despreocupados com sua aparência que depositam sua confiança nas suas sugestões de estilo, transferindo para o vendedor a responsabilidade de escolher o modelo correto.

Em resumo, ao escolher os produtos que farão parte do seu portfólio de opções seja cauteloso e consciente e procure oferecer produtos que se adaptem aos mais diversos segmentos de consumo. Seja criterioso nas quantidades, pois um erro comum hoje em dia é comprar muito de uma coisa e deixar de ter outra e por fim, não se deixe levar por produtos modistas por mais que estejam em evidência porque os consumidores de hoje são muito diferentes. Agindo assim, estou certo de que seu comércio fará ótimos negócios, venderá o produto correto para cada geração e agradará a todos.  Caso contrário, continuaremos a ver pelas ruas senhores sexagenários distintos, elegantes e desavisados usando óculos de sol espelhados para surfistas, evidenciando quão mal assessorado pela ótica foi este consumidor.

 

 

LEONARDO CARRARA é empresário do ramo óptico desde 1994. Tem formação em engenharia com especialização em administração de empresas, em óptica e optometria. Docente, professor de técnicas refrativas e coordenador de estágio do Instituto Filadélfia de São Paulo.

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