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Tolerância conveniente

Recentemente tive a satisfação de ouvir uma brilhante explanação de um empresário de sucesso, amigo muito respeitado por mim, um irmão desses que temos sorte de fazer na vida, onde abordava a tênue linha que divide a tolerância e a conivência. Se fosse a uma conversa informal, talvez eu não tivesse dado muita atenção para o conteúdo e importância desta comparação, mas na condição de expectador ouvinte, o assunto provocou em mim uma reflexão sobre determinadas atitudes que tomamos na vida, muitas vezes bem intencionadas, mas que causam prejuízos para outras partes. Essas ações nos passam despercebidas exatamente por trazer um benefício imediato e por não sabermos a grande diferença que existe entre a tolerância construtiva e a cumplicidade destruidora.

A tolerância define o grau de aceitação que temos em relação a uma atitude ou comportamento diferente daquele que consideramos certo. Normalmente ligada aos aspectos morais e sociais, a palavra serve para que pessoas e grupos de valores diferentes possam se aceitar e conviver entre si. Porém, em se tratando de aspectos morais e sociais, a tolerância levada a um nível muito alto se torna corrompedora dos valores da sociedade. Assim, a corrupção passa a ser aceita por todos e chega a ser considerada normal, causando um choque entre os conceitos morais de um homem de bem e suas práticas sociais e nos mostrando que a prática de corrupção não está relacionada a aspectos do caráter do brasileiro, mas à constituição de normas informais que institucionalizam certas práticas tidas como moralmente degradantes, mas cotidianamente toleradas.

Com isso concluímos que muito além de agir com conveniência o empresário brasileiro se torna permissivo em seus conceitos de efetividade e na busca de resultados. Contudo, no mundo dos negócios, nas relações profissionais e nos acordos pessoais a palavra tolerância não pode existir. A tolerância em sua essência é uma palavra afetiva e como tal deve exclusivamente fazer parte de relações onde existir necessidade de aproximar pessoas e aparar as arestas das personalidades. Ela deve ser aceita e praticada na sua casa, na sua família, na sua comunidade, mas nunca na sua empresa.

No aspecto empresarial tolerar atos corrompidos deve ser considerado um desvio de caráter, uma propensão e culto à imoralidade, mesmo numa situação de cordialidade. Mesmo aqueles que defendem que estas atitudes são uma disposição prática nascida de uma cultura em que as preferências estão circunscritas a um contexto de necessidades, representando uma estratégia de sobrevivência que ocorre pela questão material, mesmo assim a tolerância à corrupção é inaceitável. Num país que deseja ser democrático e principalmente justo não podemos deixar que o brasileiro típico que nos representa seja ausente de virtudes, mas sim exemplo de conduta, uma vez que é fundamental a efetividade das leis que conduzem um país ao desenvolvimento.

Se nós queremos ser um país de futuro, precisamos ajustar os conceitos e atitudes que conduzem nosso negócio e coloca-lo nos trilhos das ações corretas, onde mesmo perdendo num primeiro momento estaremos contribuindo para um futuro mais promissor.  Todo empresário deve refletir sobre isso e deve tentar conduzir seu negócio na mais perfeita ordem, se esforçando para ser correto com sua conduta mesmo num ambiente hostil onde a maioria faz o contrário. Não podemos ser coniventes com os atos ilícitos, afinal o errado não se torna certo mesmo que todo mundo esteja fazendo.

 

 

LEONARDO CARRARA é empresário do ramo óptico desde 1994. Tem formação em engenharia com especialização em administração de empresas, em óptica e optometria. Docente, professor de técnicas refrativas e coordenador de estágio do Instituto Filadélfia de São Paulo.

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Pelo brilho nos olhos, desde o começo dos tempos, as pessoas reconhecem seu verdadeiro amor.

Paulo Coelho

Mulher, teus olhos são meus livros.

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Olhos nos olhos, quero ver o que você faz, ao sentir que sem você eu passo bem demais.

Chico Buarque

Os olhos são os intérpretes do coração, mas só os interessados entendem essa linguagem.

Blaise Pascal

O homem acredita mais com os olhos do que com os ouvidos.

Sêneca

Enquanto a cor da pele for mais importante que o brilho dos olhos, haverá guerra.

Bob Marley

Só se vê bem com o coração. O essencial é invisível aos olhos.

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Existe um caminho que vai dos olhos ao coração, sem passar pelo intelecto.

Gilbert Keith Chesterton

Olhos nos olhos, quero ver o que você diz. Quero ver como suporta me ver tão feliz.

Chico Buarque

Amar não é olhar um para o outro, é olhar juntos na mesma direção.

Antoine de Saint-Exupéry

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