Este ano a Associação Brasileira da Indústria Óptica – Abióptica, fundada em 11 de novembro de 1997 -, completará 15 anos. Ela foi criada para acolher todas as empresas do segmento óptico brasileiro ao reunir 90% das empresas do setor. A Abióptica acolhe indústrias, fabricantes, importadores e distribuidores - incorporando o varejo e a mídia especializada. O resultado desse trabalho pode ser visto com as novas possibilidades de crescimento para o setor por meio de suas ações, sempre na vanguarda dos acontecimentos.
Uma destas ações é a Expo Abiótica, que chega à sua 10ª edição, com números e resultados que se superam a cada ano. Assim, a Expo Abióptica consagra-se definitivamente como a maior exposição óptica da América Latina e uma das maiores e mais representativas do setor no mundo. Este ano, o evento será realizado de 25 a 28 de abril, no Expo Center Norte, em São Paulo, capital.
A cada ano, aumenta o número de negócios gerados durante o evento, sem falar na projeção e divulgação que as marcas ganham ao participar. “Todo ano o mercado aguarda com ansiedade mais uma edição. É a grande oportunidade de apresentar tendências, novidades, lançamentos, assim como realizar novos relacionamentos”, diz Bento Alcoforado, presidente da Abióptica.
Em entrevista exclusiva, Bento fala sobre a exposição e, também, sobre a atual situação do mercado óptico nacional.
Saúde Visual: Na crise de 2009, o senhor afirmou que o mercado óptico perdeu um pouco do seu status, pois houve uma competição exacerbada para se vender todo o estoque, desde empresas com categoria A até as de categoria Z. Nesta atual crise, o senhor volta a enxergar esta dificuldade, ou o mercado óptico aprendeu a lição de 2009?
Bento Alcoforado: Não houve crise na óptica pós 2009. Ao contrário, no período 2010/2011 o mercado cresceu 53%.
SV: O senhor também esperava um significativo aumento de mercado em 2010. Com a volta da crise em 2011, quais as perspectivas para o mercado este ano?
BA: Crescemos 22% em 2011; e, deveremos crescer 25% em 2012.
SV: Mais uma vez, assim como em 2009, a Expo Abióptica será realizada em meio a uma crise internacional. Alguma expectativa em relação a isso, ou, desta vez, a crise está diferente para o mercado óptico?
BA: O setor no Brasil não está em crise, muito pelo contrário. Este ano realizaremos a maior exposição de todos os tempos no Brasil. Desde dezembro, todos os espaços já estão comercializados
SV: Alguma surpresa especial para os visitantes da Expo Abióptica este ano? Quais as principais novidades do evento?
BA: Primeiro, a presença de todos os mais importantes fornecedores do mercado - inclusive os que estavam afastados só evento. Depois, criamos o espaço SABER - de oficinas e workshops para os visitantes; além de um evento-palestra sobre as perspectivas do varejo.
SV: E com relação à Opticon Expo, quais os debates principais a serem propostos este ano?
BA: Como dito, as perspectivas do varejo...
SV: Quando o senhor assumiu a Abióptica, em 2006, os desafios principais eram: a capacitação do mercado óptico e o combate à pirataria. Os principais problemas no setor óptico brasileiro hoje continuam sendo a informalidade e a desqualificação do setor em toda a escala, desde balconistas até proprietários. E a pirataria só vem aumentando, ano após ano. Como estão estes dois desafios, hoje? Houve algum avanço?
BA: No combate à pirataria, evoluímos muito - são 55 milhões de unidades apreendidas em 6 anos. Agora vamos acelerar a capacitacão, a migração para a formalidade e a ampliação do mercado.
SV: A indústria óptica nacional está em processo de ampliação, ou os altos tributos ainda representam o principal empecilho? Neste caso, o que está sendo feito para a redução dos mesmos?
BA: Os altos tributos continuam sendo o câncer da atividade empresarial: debilita a saúde das empresas sérias. É a equação difícil, porque somos um mercado com muita importação, ainda.
SV: Que reflexos a chegada das grandes cadeias varejistas internacionais pode trazer ao setor óptico brasileiro?
BA: A aceleração da formalização e da expansão, são os pontos positivos. O enfraquecimento da distribuição nacional é um ponto negativo - dentre outros.
SV: O acesso da população brasileira à saúde visual ainda é muito baixo, se comparado a países desenvolvidos. Que ações a instituição vem fazendo para diminuir esta carência?
BA: São 3 ações: 1ª) Já está em curso um projeto de lei que capitaneamos. Ele prevê o exame pré-escolar em crianças... Com isso ocorreria a diminuição da repetência escolar em função da criança não enxergar. 2ª) Incluir o exame oftálmico no exame admissional. 3ª) Mobilização em transformar o programa Olhar Brasil (do governo do estado de São Paulo) também para as prefeituras. Essa é uma ação de abrangência e deve envolver outras prefeituras.
SV: O "Saúde Visual" é um site com o objetivo de integrar, informar e divulgar assuntos relacionados à visão, abordando temas relevantes através de reportagens e entrevistas, publicando artigos técnicos e também sobre moda, utilidade pública e outros pertinentes ao mercado óptico, tanto para profissionais do setor quanto para todos os interessados no assunto, aproveitando os recursos tecnológicos atuais. O senhor acredita que é esta uma iniciativa que pode contribuir para a cultura do assunto em nosso País?
BA: Toda forma de transferência de informação é de suma importância. Essa persistência em levar informação é que acarreta as transformações. Sendo assim, esse site e todos os outros contribuem e muito!