O Saúde Visual já explicou aqui sobre pessoas que possuem dificuldade em realizar a fusão binocular, ou seja, as imagens não chegam ao cérebro da maneira correta. Estas pessoas não conseguem enxergar as imagens tridimensionais, as populares imagens 3-D.
Mas não é só isso. Pessoas que possuem alguma predisposição, como ser epiléptico, ter labirintite, sofrer de enxaqueca ou ter insuficiência de convergência (nome dado à movimentação dos olhos para unificar a visão dos dois olhos) podem não apenas deixar de aproveitar o melhor do 3-D como sentir dor de cabeça, tontura, náusea, dor nos olhos, na testa, desconforto visual, ardência nos olhos e sensação de cansaço.
Pior: os sintomas podem evoluir para crises de epilepsia ou labirintite, dependendo do caso.
Nos filmes que usam a tecnologia 3-D, duas imagens são exibidas na tela, como se uma fosse a do olho esquerdo e, a outra, do direito. Sem os óculos, elas ficam sobrepostas, embaçadas. Os óculos fazem o trabalho dos olhos de convergir as imagens, ou seja, de unificá-las, tornado-as nítidas.
Caso os músculos reto-mediais, responsáveis pelo movimento dos olhos chamado convergência, não estiverem em plena forma, é possível que o espectador saia com dor de cabeça do cinema. Esse descompasso se chama desequilíbrio no balanceamento ocular e quem tem esse pequeno problema corre o risco de sair com os olhos vermelhos da sessão, pois, quando um músculo é muito solicitado, ele demanda mais sangue, irrigando mais os vasos e deixando a região vermelha.
Além disso, como no 3-D há uma dissociação entre acomodação (foco) e convergência, a mesma cena que salta aos olhos contém imagens desfocadas no segundo plano, as quais nossos olhos tentam focalizar. Esse exercício frequente e descompassado entre focar e convergir pode sobrecarregar a vista e doer.
Já quem costuma sentir náuseas em viagens de ônibus também pode ter uma crise de enxaqueca no cinema. Basta somar à cinetose uma sensibilidade ao movimento e à luz excessiva. Porém, os casos mais graves são os de epilepsia e labirintite. Por isso, especialistas defendem que os mesmos avisos que são dados em simuladores 3-D nos parques deveriam ser obrigatórios também para o cinema.
No caso dos epiléticos, existe um efeito chamado nistágmo optocinético que é quando um objeto passa em alta velocidade na frente dos olhos que, sem querer, acompanham o movimento. O filme 3-D explora muito isso com as imagens explodindo e correndo de um lado para o outro. Isso pode causar enjoo e, em maior volume, desencadear a epilepsia.
Com relação à labirintite, a sensação de estar no meio da ação do filme, ou em movimento, pode causar crises da doença. Já os que sofrem de enxaqueca devem ficar atentos às luzes piscantes e muito movimento que, normalmente, levam a dores de cabeça intensas e enjoo e, neste caso, podem agravar as crises de enxaqueca.
E, para encerrar, um detalhe muito importante: pessoas que usam lentes de contato ou óculos devem continuar a usá-los durante a sessão de cinema, sob os óculos 3-D.
(Fonte: Revista Exame)