Saúde Visual apresentou aqui a emocionante história da pequena Nicolly, que nasceu com uma forma agressiva de glaucoma congênito. A menina precisou fazer uma cirurgia nos EUA e, mesmo não estando com 100% de visão, já voltou a enxergar.
A boa notícia para as crianças que nascem com graves problemas visuais é que pesquisadores da Universidade da Califórnia (EUA) e parceiros da China desenvolveram uma nova técnica regenerativa para tratar catarata congênita em bebês. Essa novidade permite que células-tronco cresçam e se tornem lentes funcionais para os olhos deles.
O tratamento foi testado em animais e em um pequeno grupo humano de 12 crianças, mas trouxe resultados animadores: houve muito menos complicações do que o tratamento cirúrgico tradicional, e as lentes regeneradas apresentaram superioridade visual.
A catarata congênita – quando o bebê já nasce com o cristalino opaco ou quando isso acontece logo após o nascimento – é uma causa importante de cegueira na infância. As lentes opacas impedem a passagem da luz para a retina, e a informação visual não é enviada ao cérebro. O tratamento atual depende da idade do paciente e não significa uma visão perfeita para quem o segue. A maioria dos pacientes pediátricos precisa de óculos depois da cirurgia.
“O objetivo final da pesquisa com células tronco é buscar o potencial regenerativo das células do próprio paciente”, diz Kang Zhang, um dos pesquisadores.
O estudo humano envolveu 12 crianças com menos de dois anos de idade que receberam o novo tratamento e outras 25 crianças da mesma idade que passaram pelo tratamento tradicional. O segundo grupo teve maior incidência de inflamação pós-cirúrgica, hipertensão ocular e lentes mais opacas.
Já o primeiro grupo apresentou menos complicações e uma melhora mais rápida. Depois de três meses, todos já tinham lentes claras que proporcionavam boa visão.
Zhang e seus colegas esperam expandir o trabalho ao tentar o mesmo tratamento em pacientes idosos. “Acreditamos que nossa nova técnica vai resultar em uma mudança na cirurgia para catarata e pode oferecer uma opção mais segura e melhor para os pacientes no futuro”, diz ele.
(Fonte: MedicalXpress, via HypeScience)