Saúde Visual já apresentou aqui o dispositivo denominado Argus II. Criado pela empresa Second Sight, o Argus capta imagens e envia sinais elétricos ao olho do paciente em padrões iguais aos das letras em braile, permitindo que os cegos 'enxerguem' as letras em braile com até 90% de exatidão, sem o uso dos dedos.
Desde fevereiro passado, a Agência de Alimentos e Medicamentos dos Estados Unidos (FDA) aprovou o dispositivo que foi avalizado por autoridades europeias e transplantado em mais de 50 deficientes visuais em todo o mundo.
Apesar de já ser chamado de “olho biônico”, o Argus II possui algumas diferenças em relação ao protótipo desenvolvido por pesquisadores australianos e que foi implantado em Dianne Ashworth, que teve perda severa de visão devido a uma retinite pigmentosa hereditária, uma rara doença genética que provoca a degeneração dos fotoreceptores da retina. Estima-se que, somente nos Estados Unidos, cerca de 100.000 pessoas sofram desta doença.
Para aprovar o olho biônico, a FDA se baseou em um teste clínico efetuado com 30 pessoas de 28 a 77 anos, com uma acuidade visual abaixo de 1/10, enquanto a visão normal tem 10/10. Segundo os resultados, os pacientes encontraram uma acuidade que lhes permitiu distinguir formas em preto em branco como, por exemplo, uma pessoa no patente de uma porta ou um indivíduo sentado ao lado deles, mesmo sem poder reconhecer os rostos.
Para Jeffrey Shuren, da FDA, o Argus II pode ajudar adultos “com retinose que perderam a capacidade de distinguir formas e movimentos a ter mais mobilidade” além de poder assegurar ao indivíduo realizar algumas “atividades cotidianas”.
Disponível em vários países da Europa por salgados 73.000 euros, o Argus II, por enquanto, só é recomendado para adultos com mais de 25 anos de idade. Ainda assim, a Second Sight acredita que o dispositivo será um sucesso comercial.
(Fonte: AFP - Agence France-Presse)