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Corvos também possuem "Teoria da Mente"

O corvo é uma ave da família Corvidae, representante de maiores dimensões da Ordem passeriformes.

Desde a literatura até o cinema, os corvos sempre foram animais associados a elementos obscuros e sombrios e até mesmo à morte. Em algumas culturas europeias o pequeno animal de plumas negras representava o próprio mal. Não à toa, ele é o parceiro ideal de Malévola, a feiticeira que amaldiçoa a jovem Aurora, mais conhecida como A bela adormecida, na animação Disney de 1959.

Porém, da mesma forma que Malévola teve sua história recontada em um filme de 2014, onde revela os motivos que tornaram seu coração puro em uma dura rocha impenetrável, os corvos também estão mudando o clima de mistério que gira em torno deles. Se antes as pessoas tinham mais medo do que curiosidade em descobrir mais detalhes sobre o animal, um novo estudo publicado na revista Nature Communications revela que esses pássaros têm habilidades cognitivas impressionantes: corvos conseguem imaginar quando estão sendo observados, mesmo sem nenhum contato visual com os outros animais.

Até então, acreditava-se que apenas animais parecidos conosco – como chimpanzés – tinham esta percepção, mas agora pesquisadores sugerem que corvos também podem ter a capacidade, uma característica humana marcante que é a habilidade de entender que diferentes pessoas têm diferentes pontos de vista, chamada de Teoria da Mente.

O fato do corvo ter sido o escolhido para estrelar este experimento não diz respeito à sua fama no cinema ou nos contos de fada. Eles demonstram inteligência com alguns comportamentos: quando encontram alimento suficiente para encher a barriga e ainda guardam um pouco para mais tarde, eles costumam tentar enterrar suas sobras atrás de algum obstáculo visual, para que outros corvos não possam enxergar o local. Quando sentem-se observados, eles fingem enterrar a comida em um ponto, mas depois a levam para outro lugar. Depois de escolher seu esconderijo final, eles evitam o local para não chamar atenção dos outros pássaros.

No experimento conduzido por Cameron Buckner, na Universidade de Houston (EUA), duas salas conectadas por uma janela foram usadas. A janela podia ser substituída por um pequeno buraco suficiente apenas para espionar com um dos olhos.

Para ensinar os corvos a usar a pequena abertura e espiar a segunda sala, os cientistas permitiam que os corvos visualizassem através da janela uma pessoa escondendo queijo na sala ao lado. O vidro da janela era então aberto e o corvo podia ir coletar seu prêmio. O próximo passo do experimento foi fechar a janela e usar apenas o buraquinho. Assim que os pássaros compreenderam que eles podiam observar sem ser vistos, a experiência começou de verdade.

Os corvos foram colocados na sala individualmente, com a missão de esconder um pedaço de alimento. Quando a janela estava aberta e havia um corvo observando pelo outro lado do vidro, o primeiro corvo escondia a comida rapidamente e evitava o esconderijo. Quando a janela e o buraquinho estavam fechados, ele ficava relaxado e levava mais tempo para esconder o alimento, mesmo havendo um corvo do outro lado. Já quando a janela estava fechada mas o buraquinho aberto, deixando passar o som de outro corvo (era apenas uma gravação, não havia nenhum corvo do outro lado), o primeiro corvo também escondia o alimento rapidamente, como se estive sendo observado.

Isso significa que mesmo sem enxergar o competidor, ele consegue supor que está sendo observado. Essa é a Teoria da Mente colocada em prática.

“Descobrir que a Teoria da Mente também está presente em pássaros pode exigir que nós deixemos de lado a popular ideia de que é isso que torna o ser humano único”, explica Buckner. “Mas completar esse quebra-cabeça da evolução e desenvolvimento vai nos aproximar da descoberta do que realmente é único na mente humana”, conclui.



(Fontes: Phys Org, Nature Communications, via HypeScience)

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