Edda Sa de Albuquerque apresenta este seu trabalho como simples e despretensioso e o oferece a todas as pessoas que trabalham pela integração do cego. Ela diz que, ao escrever este livro, não teve a pretensão de ministrar lições técnicas ou educacionais. Foi animada somente pelo desejo de dar uma demonstração de que temos dentro de nós uma força propulsora que nos conduz para frente, quando o queremos; de que, com fé, aceitação e otimismo, conseguiremos, sem dúvida, realizar-nos, fazendo de nossos filhos homens realizados e felizes em toda a sua plenitude, mesmo sendo eles cegos ou com deficiências visuais.
"Nada mais fácil que ter um filho. Nada mais imperativo que fazer dele um homem. Nada mais difícil que fazer dele um homem realizado em todos os planos", diz ela.
Muitas mães têm filhos cegos. Seja por defeito de nascença, ou decorrentes de moléstias infecciosas, na primeira infância; outras, atacadas pelo glaucoma, síndrome de hipertensão intravascular, sendo praticamente desconhecida a sua origem primária; infecções, tumores intraoculares, catarata (opacidade do cristalino, a atrofia do nervo ótico etc.
De acordo com as informações enciclopédicas, a cegueira é constante nos povos, antigos ou modernos. Ainda existem porcentagens razoáveis, que denunciam como as guerras fazem aumentar o índice de cegos em todos os países em luta.
Este trabalho de Edda Albuquerque, mãe de filho cego, é tão natural e fluente, sem nenhum sofisticamento literário que sugere ser uma espécie de confissão. Edda está se confessando perante o leitor, quer dizer-lhe tudo, desde o nascimento de Sérgio, através dos primeiros passos, da assistência continua, do amor presente na vida do filho cego, a fim de arrancá-lo daquela solidão e conduzi-lo à maneira de um homem, para a faixa da produtividade. E com estes capítulos, vividos, didáticos, Edda quer ajudar as mães de outros Sérgios, das inúmeras e incontáveis partes do mundo.