A heterocromia (ou heterocromia ocular) é definida como uma anomalia genética na qual o indivíduo apresenta olhos de cores distintas, ou duas cores em um mesmo olho. Esta condição é rara em humanos - afeta cerca 11 em cada 1.000 pessoas na América -, sendo mais observada em animais, especialmente em cães (como dálmatas e pastores australianos), gatos e cavalos.
Nos gatos, esta condição é chamada de gato de olho ímpar.
A heterocromia ocorre devido a uma modificação no gene EYCL3 presente no cromossomo 15, responsável por apontar a quantidade de melanina que o olho deve apresentar (muita melanina resulta na cor marrom; pouca, na azul). O gene EYCL1, que designa a quantidade de pigmentos de gordura, diz respeito a nuance de tom, azul ou verde.
Embora o elemento genético esteja relacionado com essa condição, outros fatores podem levar à heterocromia, como a síndrome de Waardenburg, que gera surdez e incita essa alteração. Mais comumente, ocorre devido a lesões ou derrames que acarretam modificações da quantidade de melanina presente na retina.
Há três tipos diferentes de heterocromia do olho: completa, setorial e central.
Chama-se de “completa” quando ambos os olhos têm cores diferentes - por exemplo, um verde e outro azul. Já a setorial ocorre quando há duas cores diferentes na mesma íris - um toque de uma segunda cor diferente da dominante. Por fim, a heterocromia central ocorre quando a íris têm dois ou mais "círculos" de cor - por exemplo, azul com um arco dourado perto da pupila ou externamente.
Não existe tratamento específico para essa anomalia. Contudo, lentes de contato podem ser usadas para equiparar as cores. Mas fica difícil imaginar alguém querendo esconder algo tão inusitado e belo quanto um olho de cada cor...