Como já vimos neste artigo, Recife pode ser considerado, sem dúvida alguma, um dos berços do segmento óptico no Brasil. Foi através desta cidade que o setor passou a se desenvolver no Nordeste.
Isto porque, ainda durante o período monárquico, a relojoaria Regulador da Marinha iniciou sua seção de óptica em conjunto com a venda de joias e relógios na capital de Pernambuco. A seção óptica foi organizada por Germann, um alemão que, com o objetivo de dotar a seção com tecnologia mais avançada, providenciou a vida de seus compatriotas, os irmãos Herman e Henrique Hartmann, que percorreram o mesmo caminho do próprio Germann, assim como o de Merz e Herschel.
Os Hermann, por sua vez, trazem outro alemão, o jovem Ernest Odenheimer, em 1914. Foarm anos de intenso desenvolvimento e de procura por tecnologia. A importação de lentes era realziada de vários países, sendo as de cristal de rocha as de custo mais elevado.
Com a morte de Herman, Henrique entrega à Ernest o Regulador da Marinha e ele, então, separa a produção e venda de joias da seção óptica. Nascia assim a Óptica Universal, um marco no desenvolvimento do segmento na região nordeste. Ernest volta para a Alemanha buscando melhorias tecnológicas para o laboratório óptico e, na volta, traz com ele mais um alemão (e mais um Ernest): Weckerle, que no final da década de 1920, realizou um curso técnico de óptica na fábrica de lentes Zeiss, até hoje uma das mais conceituadas do mundo.
Em 1933, já tornado um grande especialista em óptica, Weckerle passa a ser gerente da filial em Salvador da Óptica Universal. Mas Recife ainda receberia a rede de óptica Lutz Ferrando, também de origem germânica porém com sociedade Argentina, graças ao rápido avanço da economia na era Vargas. Por sua vez, muitos funcionários da Lutz abriram outras ópticas por conta própria. Uma delas, a Ótica Veja, ainda pertence à família de seu fundador, José Leosvaldo de Oliveira.
(Fonte: História da óptica no Brasil)