O que dizer de um ator que interpretou o Rui, da impagável série de televisão (e que também virou filme) “Os Normais”? Ou do primeiro homem convidado a participar da campanha para prevenção do câncer de mama veiculada pela televisão? O que falar sobre um dos atores mais contratados para realizar comerciais para a televisão, e onde também seu talento cômico sobressai dando a estes comerciais a mesma qualidade dos melhores quadros humorísticos?
Este é Luis Fernando Guimarães.
Carioca, nascido em 20 de novembro de 1949, tornou-se ator em 1974 ao substituir um amigo na peça O Inspetor Geral, de Gogol, encenada pelo grupo teatral Asdrúbal Trouxe o Trombone.
Ator de comédia, com um humor entre o escrachado e o irônico, não decepcionou quando escalado para um papel dramático em O Que é isso, Companheiro?, de Bruno Barreto, onde interpretou um dos sequestradores do embaixador norte-americano, o jornalista Franklin Martins. Em sua primeira participação importante em novela (Vereda Tropical, 1984) conquistou o público no papel de Miro, um vigarista trapalhão.
Em 1988, integrou o elenco do humorístico TV Pirata, um marco do gênero na televisão brasileira. Outro marco da comédia nacional teve em Luís Fernando um de seus principais responsáveis: junto com Alexandre Machado e Fernanda Young, ele desenvolveu a série de grande sucesso Os Normais, onde contracenava com Fernanda Torres, a descompensada Vani.
Depois de Os Normais, Luis Fernando Guimarães passou a fazer parte da equipe de roteiristas do diretor José Alvarenga Júnior, ao lado de Fernanda Young e Alexandre Machado. Essa equipe foi responsável pela criação das séries Os Aspones e Minha Nada Mole Vida, e do quadro Super Sincero, no Fantástico.
Apesar de ser muito reconhecido por seus personagens cômicos, Luis Fernando Guimarães diz fazer o tipo reservado e observador. Em uma entrevista a revista “Quem”, ele diz que, apesar de não parecer, não se diverte com qualquer coisa. “Não rio com facilidade. Acho tudo curioso, depois transformo aquilo em graça. Não sou mal-humorado, só não sou fácil. Acho que todo mundo é um pouco. Se a pessoa é muito alegre, é meio lelé”, revela.
O ator ainda relembra o tempo que viveu em uma comunidade hippie, onde deixou de fazer uso de drogas, mas não esconde sua opinião sobre o assunto. “Sou a favor da legalização porque o usuário não tem nada a ver com isso. Tem que acabar com quem vende”, afirma.
Outro lado de Luis Fernando pouco conhecido é o de benfeitor: ele, em conjunto com a Associação Niteroiense dos Deficientes Físicos (Andef), inagurou em Niterói uma oficina teatral que leva seu nome. O projeto, do qual o ator participa diretamente, visa promover a inclusão social e elevar a autoestima de pessoas portadoras de deficiências físicas.
O que falar de um cara assim? Ah, sim, ele usa óculos de grau – e vários modelos. Todos com muito estilo, aliás.