A anemia falciforme é uma alteração genética que afeta predominantemente a população negra e caracteriza-se por um tipo de hemoglobina mutante que provoca a distorção das hemácias, fazendo-as tomar a forma de “foice”. As hemácias falcizadas tem dificuldades de circularem na corrente sanguínea e podem provocar obstrução vascular. Este e outros distúrbios das hemoglobinas humanas são conhecidos como hemoglobinopatias e são as doenças genéticas mais comuns em todo o mundo.
Como, por sua vez, a anemia falciforme é uma das hemoglobinopatia mais recorrentes, a Fundação Hemocentro de Brasília está formando um “Cadastro de Pacientes com Hemoglobinopatias no Distrito Federal”. Com isso, o Hemocentro busca saber o número real de pacientes com a doença por cidade, identificar quais têm complicações decorrentes das patologias e, assim, elaborar políticas de saúde públicas que proporcionem um melhor atendimento e qualidade de vida destas pessoas.
Segundo dados do Ministério da Saúde, entre 20% e 50% das crianças que nascem com doença falciforme morrem antes de completar um mês e 25% das crianças com doença falciforme não alcançam 5 anos de vida se não tiverem acompanhamento médico adequado.
A anemia falciforme pode provocar a atrofia da íris, aumento da tortuosidade vascular, alterações conjuntivas (vasos em forma de vírgula ou saca-rolhas), black sunburst (migração dos pigmentos da retina), hemorragias salmon-patch (hemorragia pré retiniana ou na retina superficial), oclusões dos vasos da coroide, pontos iridescentes (sequela das hemorragias) e alterações maculares (região do centro da visão).
Segundo especialistas, em geral estas alterações não apresentam sintomas por longos anos, sendo percebidas somente quando há uma complicação mais séria, como hemorragias intraoculares ou deslocamentos de retina, que pode resultar na redução da capacidade visual, muitas vezes irreversível.
Por isso, a constante avaliação oftalmológica da pessoa com doença falciforme é fundamental para a identificação precoce das lesões.
(Fonte: Assessoria de Comunicação Hospital de Olhos - INOB)