O objetivo deste estudo, segundo a autora, é elaborar e validar teste computadorizado para medida da acuidade visual de escolares. Para isso, foi desenvolvido um teste totalmente informatizado para determinação da acuidade visual utilizando os mesmos padrões das tabelas logarítmicas impressas adotadas na clínica oftalmológica.
Desta forma, foram avaliados 90 alunos da primeira série do ensino básico, oito estudantes do curso de Tecnologia Oftálmica da UNIFESP-EPM e 10 pacientes do ambulatório de Estrabismo do Departamento de Oftalmologia da UNIFESP-EPM. Todos os sujeitos foram avaliados pelo mesmo examinador e submetidos ao exame de acuidade visual monocular, pela tabela logarítmica de optotipos E impressa e do novo teste computadorizado no mesmo momento. Os participantes forneceram os seus consentimentos após esclarecimento.
O programa computadorizado apresenta dez páginas com orientações para a realização do procedimento. Incluiu instruções para: ajuste de acordo com o tamanho do monitor utilizado, ajustes do brilho e contraste, centralização da imagem na tela do computador e paginas de teste. Foi desenvolvido para identificar a resposta marcada pelo examinador com o teclado de setas como certa ou errada e automaticamente decidir se a apresentação deve continuar para a fileira de letras seguinte (no caso de resposta correta) ou se deve voltar uma fileira para apresentação de optotipo por optotipo.
Como resultado, as análises estatísticas revelaram correlação excelente (r>0,75) entre os dois métodos, apesar da leve tendência apresentada pelo teste computadorizado em superestimar a acuidade visual quando comparado com o padrão-ouro. O teste computadorizado apresentou sensibilidade de 100% e especificidade de 94%.
Diante destes números, a autora conclui que os resultados obtidos permitem afirmar que o teste computadorizado pode ser utilizado como novo recurso para triagem da qualidade visual dos escolares, por ser método rápido, de fácil aplicação, barato, automático e atrativo para as crianças. A automatização desvincula o aplicador da interpretação das respostas dadas pelo aluno testado, garante padronização do procedimento, que favorece as análises de acompanhamento e pode ser realizado por diferentes examinadores.
A autora acredita que, para melhor compreensão da efetividade do teste como instrumento de triagem visual, seria interessante instituí-lo nas escolas do curso básico, após treinamento dos professores para sua aplicação. Desta maneira, segundo ela, os profissionais da saúde estariam compartilhando com pessoas de fora da área médica uma tarefa que, se bem executada, alcançaria o mesmo resultado, sem a dependência exclusiva do médico oftalmologista ou de outros profissionais da área da saúde.
Autora:
Patrícia Katayama Kjaer Arippol, Ortoptista e Tecnóloga Oftálmica. Mestre em Ciências da Saúde pela Universidade Federal de São Paulo - UNIFESP - São Paulo (SP)
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