Um documento conhecido como Matriz de Responsabilidades da Copa, que foi assinado pelas autoridades públicas brasileiras em janeiro de 2010, contém a previsão de custos e prazos das obras planejadas pelo país para receber a Copa do Mundo de 2014. Até o início de dezembro do ano passado, a Matriz indicava que o gasto total previsto para o evento era de R$ 29.253.100,00. Valores que não levam em conta o plano de acessibilidade. Simplesmente porque não estava previsto um plano de acessibilidade.
Ou melhor, teoricamente desde 2009 existe um programa chamado Turismo Acessível cujas ações previstas são consideradas positivas e necessárias pelo governo e pelas entidades de defesa dos direitos das pessoas com deficiência. Um dos objetivos do programa é aumentar a porcentagem das unidades habitacionais (quartos de hotéis) acessíveis a pessoas com deficiência dos atuais 1,5% para 5% até o Mundial.
O que não está sendo considerado positivo, porém, é o fato de um programa planejado há tantos anos só começou a ser executado a um ano e meio da Copa, com possível aumento de custo em virtude da urgência já começando na casa dos 100 milhões de reais.
O programa, uma parceria do Ministério do Turismo com a Secretaria Especial de Direitos Humanos e o Instituto Brasileiro de Turismo “vai apoiar cem obras de infraestrutura e de apoio ao turismo para pessoas com deficiência nas 12 cidades-sede da Copa do Mundo”, segundo a pasta do Turismo.
Apesar dos 12 estádios que serão usados na Copa terem adequado seus projetos à Lei Geral da Copa, que determina que ao menos 1% dos lugares seja destinado a pessoas com deficiência, até agora, só foram aprovadas obras de acessibilidade em oito das 12 cidades que receberão os jogos: Curitiba (PR), Cuiabá (MT), Brasília (DF), Fortaleza (CE), Natal (RN), Recife (PE), Rio de Janeiro (RJ) e Salvador (BA). Quase todas estão previstas para começar em 2013.
Além dos lugares, as arenas devem ter elevadores com botões em braile e aviso sonoro e suas instalações internas devem ser dimensionadas para cadeirantes. E também os entornos das arenas devem assegurar o acesso de pessoas com deficiências. Entretanto, para o órgão que coordena o monitoramento das obras, a acessibilidade fora das arenas é mais difícil de ser assegurada.
Outras ações incluem treinamento de pessoal, com a capacitação de 8.000 profissionais para lidar com as necessidades de pessoas com deficiência ou mobilidade reduzida.
(Fonte: Vida + Livre)