As células estaminais são as células mestras do corpo humano. Elas são retiradas de embriões com poucos dias de idade e podem se transformar em qualquer um dos 300 tipos diferentes de células que compõem o corpo do adulto.
Elas também são cotadas como terapia potencial para a cura da degeneração macular relacionada à idade (DMRI), principal causa de cegueira entre idosos.
Durante o 7º Congresso Brasileiro de Células-Tronco e Terapia Celular, realizado em São Paulo no mês de outubro de 2012, Pete Coffey, cientista britânico da University College London, anunciou que uma terapia baseada em células-tronco embrionárias para DMRI começaria a ser testada em humanos já em 2013, depois de funcionar com sucesso em ratos, camundongos e porcos.
Acontece que células-tronco embrionárias são menos versáteis e seu uso enfrenta forte oposição de grupos religiosos.
E foi aí que o pessoal da Terra do Sol Nascente saiu na frente – pra variar. No Japão, O Ministério da Saúde local anunciou a autorização para os primeiros testes clínicos utilizando células-tronco pluripotentes induzidas (iPSCs, sigla em inglês), que não são de embriões descartados, mas de células adultas, da pele dos próprios pacientes. É a primeira vez em todo o mundo que esse tipo de estudo é liberado em seres humanos. Um teste inédito que pode revolucionar o tratamento de doenças.
Estas células podem ser reprogramadas para rejuvenescer e recuperar as propriedades das células-tronco embrionárias (ES) e se tornaram uma esperança da medicina por seus potenciais terapêuticos. A aplicação é tão importante que os dois pesquisadores que fizeram esta descoberta, o pesquisador japonês Shinya Yamanaka e o britânico John Gurdon, receberam o Nobel de Medicina 2012.
Os testes liberados pelo governo japonês têm como objetivo tratar pacientes com degeneração macular, e, para o primeiro teste, foram selecionadas seis pessoas com a doença. Os pesquisadores japoneses propõem usar iPSCs para cultivar novas células da retina desses pacientes - livres dos danos causados pela doença - e implantá-las de volta em seus olhos.
Com o anúncio do governo japonês, os pesquisadores podem ter dado um passo decisivo para a aplicação clínica das iPSCs cuja técnica estava restrita aos laboratórios desde 2006.
(Fonte: Agência France-Presse)