A Turismo Adaptado é uma empresa que trabalha a acessibilidade e inclusão das pessoas com deficiência e mobilidade reduzida no lazer e turismo. Quem lidera essa organização como Diretor é Ricardo Shimosakai, Bacharel em Turismo pela Universidade Anhembi Morumbi/ Laureate International Universities e atua desde 2004 no segmento de Turismo Acessível.
Depois de levar um tiro em 2001 durante um sequestro relâmpago que o deixou paraplégico, Ricardo queria retornar a fazer suas viagens, algo que sempre lhe trouxe muitos momentos de prazer. A partir daí começou sua luta por acessibilidade no setor de turismo e a vontade de espalhar esse prazer a todos.
Mas quando é preciso viajar de avião, a dor de cabeça começa antes mesmo de entrar na aeronave.
Conta Ricardo que, certa vez, ele voltava de um voo da Argentina e ficou esperando uma hora pelo carro elevador, conhecido como ambulift. “Eles disseram que haviam mais 4 ou 5 pessoas na minha frente para utilizar esse equipamento”, diz ele.
Para ajudar a resolver problemas como esse, a Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC), publicou uma nova resolução com regras para a acessibilidade de passageiros com necessidade de assistência técnica especial. São pessoas com idade igual ou superior a 60 anos, deficiência, mobilidade reduzida, gestantes, lactantes, acompanhadas por crianças de colo ou ainda qualquer pessoa que tenha limitação na sua autonomia como passageiro. As novas regras obrigam os operadores dos aeroportos, as companhias aéreas e funcionários a tomarem medidas que garantam que esses passageiros também tenham uma viagem com conforto e segurança.
De acordo com as novas regras para acessibilidade, a responsabilidade dos equipamentos de acessibilidade é do aeroporto; caso seja necessário, o desconto na passagem do acompanhante será de 80%; as aeronaves deverão ter mais poltronas com braços móveis; as empresas terão que disponibilizar um funcionário responsável por acessibilidade e haverá alterações nas regras de transporte de equipamentos e cão guia. Também caiu a necessidade de apresentação de documentos médicos a cada viagem e o número de passageiros com deficiência por voo passa a ser ilimitado.
Esta última regra deve evitar que situações como esta, que aconteceu no dia 9 de maio deste ano, quando a Azul Linhas Aéreas impediu o embarque de três cegos alegando questões de segurança, volte a se repetir. Os deficientes visuais iriam participar de um campeonato de xadrez.
“A gente tem uma série de multas para as empresas que não cumprirem com o estabelecido nessa resolução. Temos também um canal de denúncia através de nossos meios de comunicação com a sociedade, que podem através desses canais realizarem denúncias que vão ser investigadas e averiguadas, junto às empresas aéreas ou aeroportos”, esclarece Leonardo Boszczowski, Gerente de Facilitação e Segurança do Transporte Aéreo da ANAC.
Ricardo Shimosakai, que também possui uma empresa de turismo especializada em atender pessoas com necessidades especiais, acredita que as novas regras podem servir como um impulso para o setor: “Eu acho que isso vai poder impulsionar bastante o turismo. A gente ainda precisa mudar essa questão, desde o atendimento, da informação, de tudo. Isso não são bem questões físicas, materiais, mas sim questões de procedimento”, complementa Ricardo.
(Fonte: Turismo Adaptado)