Nos dias atuais, a palavra informação se tornou clichê nas mais diversas áreas de conhecimento. Medimos as informações não só pelo conteúdo propriamente dito, como também pela velocidade e agilidade que foi divulgada e, sobretudo, pela relevância em nossas vidas. Porém, algumas áreas ou mesmo especialidades ficam esquecidas nesta incrível babilônia de dados, principalmente em regiões onde a importância do tema é ignorada pela grande maioria dos meios de comunicação.
Com a saúde visual no Brasil não foi diferente até então. Ignorada, desconhecida ou mesmo negligenciada por quase todos os órgãos públicos e privados, esteve longe de ter o enfoque que os países desenvolvidos destinam ao tema.
Segundo a OMS (Organização Mundial de Saúde), 90% dos casos de problemas visuais ocorrem nos países em desenvolvimento, dos quais quase a metade, ou seja 43%, são causados por erros refrativos não corrigidos, a saber: Miopia, hipermetropia e astigmatismo - além da presbiopia ou vista cansada. Ainda, 80% de todas as deficiências visuais podem ser evitadas ou curadas.
Não precisamos de experiência em estatísticas para entender os números da OMS. As pessoas enxergam bem em países desenvolvidos, que tratam do tema com o devido valor e se preocupam em fazer com que os seus cidadãos tenham qualidade de vida e, porque não dizer, alto desempenho e produtividade. Sem nenhuma dúvida o desempenho de uma pessoa com 100% de capacidade visual é superior ao de outra com capacidade comprometida.
No Brasil estima-se que um quarto da população precisa de correção visual. Se aplicarmos os números divulgados pela OMS, concluiremos que quase 40 milhões de pessoas necessitam de correção visual e não sabem disso. Pior, comprometem sua qualidade de vida e seu desempenho profissional por puro desconhecimento.
Portanto, é com imensa alegria que escrevo este artigo, destinado ao site Saúde Visual que tem como objetivo principal oferecer informação clara e objetiva aos leitores sobre todos os tópicos que envolvem os olhos e o desempenho da visão. Estou convicto de que esta iniciativa contribuirá substancialmente para o progresso da saúde visual brasileira e servirá de referência a leigos, curiosos e até mesmo especialistas.
Já que a visão é o sentido responsável por captar grande parte das informações que nos chegam do mundo exterior, precisamos tratar da Saúde Visual com a seriedade devida para que um dia, quem sabe, sermos tratados como país desenvolvido.
LEONARDO CARRARA é empresário do ramo óptico desde 1994.
Formado em engenharia, tem especialização em administração de empresas, em óptica e optometria.
Docente, professor de técnicas refrativas e coordenador de estágio do Instituto Filadélfia de São Paulo.
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