Saúde Visual publicou sete causas que podem desencadear a chamada mioquimia, aquelas incômodas e ondulantes contrações musculares nas pálpebras que podem durar semanas e até meses. Entretanto, a maioria das que foram listadas dizem respeito ao universo adulto, apesar das crianças também apresentarem movimentos involuntários dos olhos, tiques e espasmos da pálpebra.
Para descrever o resultado e comorbidades de tiques oculares em crianças avaliadas por um neuro-oftalmologista pediátrico, os neuro-oftalmologistas Bisker McClelland e Liu Brown, montaram uma pesquisa com os prontuários de todos os pacientes consecutivos em uma prática neuro-oftalmologia pediátrica com pacientes infantis diagnosticados com tiques oculares. Crianças com causas secundárias conhecidas para estes tiques foram excluídas e os pais e/ou responsáveis foram contatados por telefone para obter informações sobre a pesquisa.
Um total de 43 crianças foram incluídas, todas com uma idade média de 4 a 8 anos em média, no momento do diagnóstico. Outras 32 crianças participaram da pesquisa de acompanhamento, com idades médias de 6 a 9 anos.
Nenhuma das 43 crianças apresentaram diagnósticos da síndrome de Tourette ou de transtorno obsessivo-compulsivo (TOC) na apresentação e apenas uma criança apresentou déficit de atenção e hiperatividade (TDAH). Na pesquisa de acompanhamento, 14 das 32 crianças (44%) tinha tiques oculares persistentes, 3 delas (9%) relataram novos tiques motores não oculares, 5 (16%) relataram novos tiques vocais e 4 crianças (13%) desenvolveram tanto tiques motores não oculares quanto tiques vocais. Apenas 1 paciente (3%) foi formalmente diagnosticado com a síndrome de Tourette, durante o intervalo de acompanhamento, e 3 crianças (9%) foram diagnosticadas com TDAH.
Quase metade das crianças com tiques oculares na apresentação tinha tiques oculares persistentes sobre o seguimento. Novos tiques motores e vocais não oculares ocorreram em vários pacientes.
(Fonte: AAPOS)