Rodolfo Valentino foi um dos atores italianos mais conceituados de sua época. Por isso, quando seu filho nasceu, no dia 11 de maio de 1932 (seis anos após a morte do astro) na cidade de Voghera, situada entre Turim e Milão, o casal Teresa De Biaggi e Mauro Garavani resolveu homenagear o ator e batizou o menino com o pomposo nome Valentino Clemente Ludovico Garavani.
Desde criança, enquanto cursava ainda o ensino primário, Valentino já se interessava por desenhar figurinos para o cinema, curiosamente sua grande paixão – não se sabe se o nome ajudou. Em Milão, trabalhou como aprendiz com as costureiras locais e o talento precoce motivou os pais a levarem-no à Paris.
Lá, Valentino estudou na Escola de Belas Artes francesa e, também, na Câmara Sindical de Alta Costura Parisiense. Em 1952, ao vencer seu primeiro concurso de estilismo, conseguiu trabalho no ateliê de Jean Deses.
Uma esticada em suas férias fez com que Valentino fosse mandado embora, logo conseguindo outra chance, desta vez com o também iniciante Guy Laroche. Em 1959, Valentino resolveu voltar para a Itália, onde abriu seu primeiro estúdio em Roma, no renomado endereço da Via Condotti. Três anos mais tarde, sua primeira coleção estreou no desfile Gotha em Florença, capital da moda italiana na época. Foi um sucesso.
No ano de 1967, lançou a coleção denominada Valentino’s White, onde o famoso “V” apareceu pela primeira vez e, desde então, seu logotipo ganhou o mundo, tornando-se uma das marcas mais famosas e conhecidas do planeta. Na década de 60, graças à Elizabeth Taylor, que encomendou com ele um vestido para a pré-estreia mundial do filme Spartacus, várias estrelas de Hollywood descobriram a moda da marca Valentino, impulsionando-a para sua expansão internacional e tornando-o o rei do tapete vermelho – a entrada para a festa do Oscar. Porém, essa expansão só se tornou possível, quando no final desta década, Valentino conheceu Giancarlo Giammetti, que acabou por se tornar seu sócio após abandonar a faculdade de arquitetura e assumir a direção comercial da marca.
Em 1972, introduziu sua coleção masculina e feminina “ready-to-wear”, além de inaugurar sua primeira boutique na cidade de Roma e outra em Milão. Nos anos seguintes introduziu em sua linha produtos como jeans braceletes e colares, camisetas, além de uma linha de decoração que incluía tecidos, estampas, papel de parede e móveis.
Em 1978, lançou seu primeiro perfume em noite de gala na cidade de Paris. A expansão da marca Valentino continuou com abertura de boutiques nos Estados Unidos e Japão. O ano de 1989 foi marcado pela inauguração da Academia Valentino, um espaço para apresentações de arte. Em 1990 lançou sua primeira coleção de óculos, em parceria com a Luxottica. No ano seguinte, assinou com a Marchon um contrato de criação, produção e distribuição de sua linha de modelos de óculos que vão da elegância clássica a uma visão contemporânea que atrai o público jovem.
Reconhecido mundialmente e ocupando o topo alta-costura italiana, em 2008 Valentino anuncia que encerrará suas atividades no mundo fashion, em um desfile em Paris, após 45 anos de carreira. “Gosto de sair da festa quando ainda está cheia”, disse ele ao passar o cargo para Alessandra Facchinetti, ao mesmo tempo lamentando por não ter tido a oportunidade de preparar um herdeiro a altura para sua grife.
No mesmo ano, o jornalista e cineasta estadunidense Matt Tyrnauer, lançou o documentário Valentino: o último imperador. Nada mal para quem recebeu o nome de um astro do cinema mudo.
(Fonte: site oficial)