O pioneiro da oftalmologia na Cidade Maravilhosa

Manoel da Gama Lobo nasceu na província do Pará, em 1835. Começou o curso médico na Faculdade de Medicina da Bahia, concluindo-o na Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro, em 1858, com a defesa da tese Elephantiasis do escroto. Iniciou o exercício profissional como médico militar, servindo no Arsenal de Guerra da Corte (Rio de Janeiro), quando realizou viagens pela costa marítima do sul do Brasil. Em seguida viajou para a Alemanha, onde se especializou em oftalmologia. De volta ao Brasil, estabeleceu-se no Rio de Janeiro e foi o primeiro médico brasileiro a exercer especialização em oftalmologia e o primeiro chefe do Serviço de Olhos da Santa Casa da Misericórdia.

Em 13 de abril de 1863 foi eleito membro titular da Academia Imperial de Medicina e passou a ser colaborador do periódico Annaes Brazilienses de Medicina. Em 1872 retornou à Alemanha, onde além de continuar os estudos no campo da oftalmologia, sob a orientação do mestre Hermann Ludwig von Helmholtz (1821-1894), dedicou-se ao estudo de histologia, sob a orientação dos mestres Rudolf Wirchow (1821-1902) e Salomon Stricker (1834-1898).

De volta ao Rio de Janeiro, iniciou na Santa Casa da Misericórdia uma nova linha de investigação com estudos clínicos e anatomopatológicos sobre a febre amarela. Nessa linha de investigação realizou viagem de estudos aos Estados Unidos, onde publicou importantes artigos sobre o tema.

Ao longo de sua trajetória acadêmica publicou cerca de quarenta livros, teses, monografias e outros trabalhos científicos em periódicos nacionais e internacionais.

Em junho de 1865, o Annaes Brazilienses de Medicina, periódico editado pela Academia Nacional de Medicina do Rio de Janeiro, publicou, pela primeira vez, a comunicação científica "Da oftalmia brasiliana", de autoria de Gama Lobo. Nessa comunicação, o médico realiza uma preciosa descrição de quatro casos clínicos de deficiência de vitamina A em crianças escravas com idade entre 16 meses e seis anos de idade. Além de descrever minuciosamente os sinais e sintomas da deficiência nutricional, ele aponta sua etiologia, identificando um conjunto de fatores que contribuem para a ocorrência da doença.

O extraordinário raciocínio clínico de Gama Lobo, em associar a doença a uma carência nutricional específica, numa época em que nenhuma das vitaminas havia sido descoberta, já foi enaltecido por grandes cientistas brasileiros, tais como Josué de Castro, em Geografia da fome, Ruy Coutinho, em Valor social da alimentação, e Thales Martins, em As ciências no Brasil.

Na estrutura de apresentação da comunicação "Da oftalmia brasiliana", Gama Lobo inicialmente descreve o curso clínico da deficiência nutricional, o qual compreenderia três períodos sequenciais, aponta os fatores causais da doença e em seguida faz o relato dos quatro casos clínicos acompanhados. Com base nesses casos, compõe uma interessante descrição do curso clínico da oftalmia brasiliana.

Em 7 de junho de 1883, em viagem de volta ao Brasil, Gama Lobo faleceu a bordo do navio que o transportava, tendo sido sepultado em Lisboa. A notícia do seu falecimento foi divulgada no meio acadêmico pelo jornal União Médica, que além de apresentar uma breve biografia do ilustre médico brasileiro, reafirma no elogio fúnebre ter sido Gama Lobo o primeiro médico a exercer, no Rio de Janeiro, a prática da oftalmologia.

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