A abertura das ópticas ou de seções de ópticas nas joalherias e relojoarias deu-se principalmente no início do período republicano. A transição do século XIX para o século XX marca a formação de um estado burguês no país.
A imigração européia transforma a região Sudeste que auxiliam no processo de abertura das primeiras ópticas.
Uma das grandes dificuldades da expansão da venda de óculos de grau eram as receitas. A maioria dos oftalmologistas eram cirurgiões oculares, e só muito lentamente o corpo médico foi adquirindo conhecimento técnico para suprir a necessidade das pessoas que precisam de óculos de grau.
O antigo oculista mecânico ou científico - o atual optometrista - era um profissional raro e muito requisitado, que durante todo o século XIX atendia uma pequena parcela da população brasileira, composta por membros da elite alfabetizados.
No início do século XX, houve aumento no número de escolas a procura por óculos. Para resolver a questão do receituário para os óculos de grau, a Casa Fretin traz para São Paulo Mr. John, um optometrista estadunidense, que passa a realizar consultas e aplicar todos os exames necessários para receitar óculos de grau.
Os oftalmologistas e os otorrinolaringologistas do início do século XX trabalhavam com caixa de provas. Médicos brasileiros visavam a cirurgia ocular, e não a aquisição de conhecimentos em profundidade sobre a refração e a prática de receitas para óculos.
A Clínica Oftalmológica do dr. Pereira da Cunha, no Rio de Janeiro, era uma referência no país, mas ainda não tinha funcionários habilitados para fornecer receituário de óculos de grau.
Isso vai mudar quando o médico oftalmologista João Penido burnier funda o Instituto Oftalmológico de Campinas (atual Instituto Penido Burnier) no dia 1° de junho de 1920, e que logo se transforma em um marco da oftalmologia brasileira e desencadeia processos de conhecimentos em refração, com o objetivo de suprir a carência de receitas de óculos de grau.
O instituto fez crescer o movimento dos médicos oftalmologistas, e, já em 1927, foi fundada a Associação Médica do Instituto Penido Burnier, com o intuito de se promover o encontro entre as atividades médicas e científicas do Hospital.
Em 1965 o próprio dr. João também criou a Fundação Penido Burnier com a finalidade de prestar assistência oftalmológica às classes menos favorecidas e à formação de médicos oftalmologistas, através da residência Médica.
Até hoje o nome Penido Burnier continua sendo uma referência nacional e internacional na sua especialidade, atendendo em média 4.000 consultas por mês, com 350 cirurgias ao mês, tendo capacidade para internação de 20 leitos.