O que o time de futebol Barcelona pode ensinar às empresas? Mas, o que tem a ver “empresa” com “time de futebol”? Minha tese é a de que entre um time de futebol e uma empresa há similaridades que, se visualizadas e aproveitadas, farão empresas comuns tornarem-se empresas campeãs. Aponto algumas sugestões para forjarmos empresas campeãs:
Comece por adotar um padrão técnico-comportamental que seja a base das atitudes de todos os integrantes da empresa. Em minha análise, no Barcelona, o padrão técnico-comportamental sustenta-se em três pontos:
I) O espírito de equipe precisa sobrepor ao individualismo;
II) A equipe precisa ter o firme foco de criar contínuas oportunidades para – através de passes contínuos – os jogadores levarem a bola na direção do gol;
III) Sobrepor à regra anterior o foco de ficarem com a posse da bola na maior parte de tempo possível, mesmo que - para atingir este fim - a equipe, às vezes, não vá em direção ao gol.
Comparativamente aos três pontos de sustentação do Barcelona, as empresas poderiam ter como seus mais importantes objetivos sustentarem-se em três pontos:
1º. O espírito de equipe precisa sobrepor ao individualismo;
2º. - A equipe de líderes da empresa precisa ter o firme foco de criar oportunidades para – através de constante diálogo entre os integrantes dos setores da empresa – gerarem contínuas oportunidades para: Ampliar a qualidade do ambiente interno; Ampliar a qualidade dos produtos e serviços; Ampliar a conquista do mercado; Ampliar o faturamento e a lucratividade.
3º. - Em momentos das naturais falhas de planejamento ou ações, a empresa precisa aprender a retroceder. Consciente de que - às vezes - dar um passo atrás é sinal de sabedoria. Pois, assim como um corredor de maratona tem no seu pé de trás a base da impulsão; na empresa, “o consciente passo para trás” pode recriar o impulso do crescimento e do desenvolvimento.
Diferentemente da maioria dos times de futebol ao bater o escanteio, o jogador do Barcelona não envia a bola num único chute para a área do adversário, que é o procedimento tradicional e comum, além de ser o mais rápido. Descobriram que a jogada torna-se mais efetiva quando o jogador rola a bola para um companheiro que está bem próximo dele na zona do escanteio em vez de enviá-la para a área com um único chute e, eventualmente, ela cair no pé de um dos adversários. Então, sem pressa, um pequeno grupo de jogadores mantém – através de passes contínuos – o domínio da bola até, estrategicamente, aproximarem-se da área do adversário e chutá-la na direção do gol. No clássico livro A Quinta Disciplina, Editora Best Seller, seu autor, Peter Senge, preconiza que uma das leis da Visão Sistêmica é “Mais rápido significa mais devagar”. Com exemplos pertinentes, ele mostra no livro que ao executarmos algo com pressa, geralmente, temos que refazer o trabalho. Cada vez mais, o mundo corporativo toma ciência dessa realidade: quando se trata de mudança comportamental, a melhor metodologia é evitar dar passos apressados. Aja como o Barcelona, não perca o foco, mas dê passos planejados e bem conscientes.
Atenção: como não há regra sem exceção, de quando em quando se questione: “Onde eu preciso dar passos rápidos?”, “Onde eu necessito ir devagar?”. Geralmente, precisamos ser rápidos na definição de estratégias e na aplicação das mesmas. Mas devagar, ao trabalharmos a mudança comportamental das pessoas envolvidas em um projeto.
ALKÍNDAR DE OLIVEIRA é consultor de empresas, escritor, palestrante e professor de liderança, oratória, comunicação interna, visão sistêmica, ambiente organizacional e outros temas. Paulista, ministra treinamentos comportamentais para líderes em todo o Brasil. É criador da Metodologia do Diálogo e do Consenso. Site: .